Câmara Municipal de Ovar

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Medidas desenvolvidas pelo atelier de conservação e restauro de azulejo da Câmara Municipal de Ovar

A partir da última metade do século XIX, e à semelhança do que acontece no resto do País, assiste-se na cidade de Ovar à utilização do azulejo semi-industrial, de padrão, como revestimento e decoração das fachadas duma grande maioria dos edifícios civis. Algumas destas fachadas fazem-se igualmente acompanhar de platibandas ornamentadas com balaústres, pinhas e estátuas em faiança, produzidas no mesmo período histórico e pelas mesmas fábricas que executaram os azulejos de padrão. As fábricas de cerâmica das Devesas e José Pereira Valente, ambas em Vila Nova de Gaia, são algumas das mais conhecidas. (fotos 1a a 1d)

Para valorizar, salvaguardar e preservar o património cerâmico desta cidade, conhecida por “Cidade-Museu do Azulejo”, é criado em 2000, o Atelier de Conservação e Restauro de Azulejo (ACRA) da Câmara Municipal de Ovar, iniciando-se, desde então, o desenvolvimento de estudos no âmbito dos materiais e técnicas tradicionais, bem como o planeamento de um conjunto variado de acções e medidas de salvaguarda e preservação.

1.Acções desenvolvidas pelo Atelier de Conservação e Restauro de Azulejo (ACRA)
Em função das características do edifício azulejado e do seu estado de conservação, os projectos de recuperação dividem-se em acções de prevenção (valorização e sensibilização), acções de conservação (de limpeza, consolidação e colagem) e acções de restauro.

O acompanhamento técnico ou o desenvolvimento das intervenções pode resultar: da deslocação dos interessados ao Atelier, indicados pelos serviços da autarquia; da iniciativa dos munícipes; da deslocação dos técnicos do ACRA aos edifícios azulejados em risco, ou com obras em curso.

Em todas as intervenções (da conservação ao restauro) é determinante o apoio, a colaboração e o envolvimento dos responsáveis directos dos edifícios azulejados – como os proprietários e os empreiteiros, por exemplo – e dos munícipes, no geral, pelo que, paralelamente às intervenções, são planeadas campanhas de valorização histórica, patrimonial e de salvaguarda do património azulejar da cidade.

1.1.Acções de prevenção
No âmbito da prevenção, destacam-se as seguintes medidas: actividades pedagógicas junto dos Estabelecimentos de Ensino do Concelho (fotos 2a a 2e); elaboração de publicações na área do património azulejar da cidade; produção de materiais pedagógico-culturais para divulgação, para ofertas institucionais ou venda ao público e apoio técnico na recuperação de edifícios azulejados.

Nos edifícios azulejados em situação de risco (por abandono, ruína ou descuido, por exemplo), as acções de prevenções consistem particularmente no preenchimento de falhas de azulejos assinaladas nestes revestimentos, e na remoção de azulejos descolados, ou em eminente destacamento. Os exemplares removidos são devidamente acondicionados e transportados para o ACRA, onde os proprietários os podem levantar assim que os edifícios de onde foram removidos se encontrem devidamente recuperados. As falhas – que já existiam ou que resultaram da remoção dos azulejos – são preenchidas com uma argamassa adequada, pois não só facilitam a remoção dos azulejos das fachadas, como favorecem a infiltração da água, e consequentemente, a lenta degradação dos materiais e da estrutura do edifício(fotos 3a a 3d).

1.2.Intervenções desenvolvidas no âmbito da conservação e restauro (fotos 4a a 4g)
Existem situações em que as acções de prevenção resultam em tratamentos de conservação ou de restauro. Ambos os tipos de intervenção abrangem áreas pontuais e pouco extensas do revestimento, são desenvolvidas segundo o princípio da intervenção mínima, podem ser executadas directamente na fachada, ou com a remoção dos azulejos, e realizam-se após a identificação, resolução ou controlo das causas que concorrem para a degradação do conjunto (edifício e revestimento), pelos técnicos das respectivas áreas, contratados pelos proprietários.
Os tratamentos podem ser desenvolvidos na fachada ou no local, e são constituídos por operações de limpeza (mecânica, húmida ou química), de consolidação ou de colagens. Podem também incluir operações de restauro, como preenchimentos volumétricos e cromáticos das lacunas e a execução de reproduções. Nas situações em que é necessário intervir, os diagnósticos e os tratamentos são acompanhados de um conjunto variado de levantamentos e registos. Além de constituir uma eficiente ferramenta de trabalho na avaliação e estudo das anomalias e das metodologias desenvolvidas no tratamento dos azulejos, os registos permitem também melhorar os meios de diagnóstico, as propostas e as técnicas de reparação implementadas.

2.Colaboração e Participação em projectos de investigação
Para complementar e melhorar os trabalhos de conservação e restauro efectuados, e a efectuar, pelo ACRA, têm sido desenvolvidos estudos científicos às argamassas e azulejos antigos da cidade de Ovar, em colaboração com o Departamento de Engenharia Civil da Universidade de Aveiro (UA). (fotos 5a a 5e)
Dos projectos acima referidos, destacam-se duas Dissertações de mestrado de alunos do Departamento de Engenharia Civil da UA, no âmbito do comportamento das argamassas de cal usadas na reparação das fachadas azulejadas da cidade de Ovar. As conclusões deste estudo foram apresentadas, em 2008, na primeira Conferência internacional de argamassas antigas (“Historical Mortars Conference080”), que decorreu no Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), e publicados, no mesmo ano, na Revista “Conservar Património”, Nº7.

Pretende-se com estes estudos científicos não só estudar o comportamento, as técnicas e os materiais antigos (azulejos e argamassas), como melhorar qualitativamente os diagnósticos e as metodologias aplicadas à conservação e restauro destes materiais e edifícios, nomeadamente, dos produtos e materiais usados na recuperação do azulejo tradicional de fachada, desta e de outras cidades possuidoras deste tipo de património azulejar.

Contactos:
Atelier de Conservação e Restauro de Azulejo da Câmara Municipal de Ovar
Rua Heliodoro Salgado
3880- Ovar

Tel: 256 586 478   Fax: 256 582 952
E-mail: divicultovar@cm-ovar.pt

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