Todos conhecerão a importância do património azulejar brasileiro, muito por influência da cultura portuguesa, encontrando-se pelo menos a partir do séc. XX influências bilaterais entre as culturas azulejares dos dois países.
Sofrendo o património azulejar brasileiro também de problemas de delapidação, em boa hora académicos brasileiros tomaram em mãos a criação do ‘SOS Azulejo Brasil’.
Assim, é com muita honra e enorme prazer que vimos informar que o ‘SOS Azulejo Brasil’ acaba de ser criado no Núcleo de Tecnologia da Preservação e da Restauração – NTPR – da Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia, juntando-se-lhe, em parceria, o Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação – LACORE – da Universidade Federal do Pará.
Aceda AQUI ao filme que dá conta deste advento e dos seus mentores em solo brasileiro, celebrando em simultâneo o 10º aniversário do ‘SOS Azulejo’ em Portugal.
Os principais motivos, objetivos e mentores do ‘SOS Azulejo Brasil’ encontram-se plasmados no articulado do seu ‘TERMO DE ADESÃO’, importante documento assinado pelos representantes da Universidade Federal da Bahia e da Universidade Federal do Pará a 31 de março de 2017, cujo início vos convidamos a conhecer:
“TERMO DE ADESÃO’
– Considerando o relevante patrimônio azulejar existente no Brasil, que traz em seus exemplares mais antigos, a marca identitária da cultura lusitana, resignificada em sucessivos contextos econômicos, políticos, sociais e estilísticos, ao longo dos séculos e, que se mantém viva e presente na feição artística de muitas cidades brasileiras;
– Considerando que o reconhecimento desta significância cultural tem incentivado, aqui e em Portugal, o desenvolvimento de investigações, de discussões abertas em encontros e congressos, em busca de melhores técnicas de conservação, restauro e, finalmente, de propostas de proteção deste bem que nos é tão caro;
– Considerando que este patrimônio está em situação de vulnerabilidade devido a fatores como o descaso, a demolição das edificações antigas, a remoção de fachadas azulejadas, o furto de. azulejos de exterior e, também de painéis interiores, que tem como foco o rentável mercado dos colecionadores de arte e, finalmente, a progressiva degradação do material, que coloca parte deste acervo, em situação de risco;
– Considerando que, em Portugal, o patrimônio azulejar que estava em condições similares, teve sua salvaguarda amplamente favorecida pelas ações do Projecto S0S Azulejo, coordenado pelo Museu de Polícia Judiciária (MPJ), em parceria com diversas instituições, que o fizeram merecedor do “Grande Prémio da União Europeia para o Património Cultural/Europa Nostra” (categoria 4: Formação, educação, sensibilização) em 2013;
O Núcleo de Tecnologia da Preservação e da Restauração – NTPR, laboratório localizado na Escola Politécnica da Universidade Federal da Bahia e polo referencial de apoio às pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo – PPG-AU, do Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana – MEAU e do Mestrado Profissional em Conservação e Restauração de Monumentos e Núcleos Históricos – MP-CECRE, consultado pelo Projeto S0S Azulejo, em Portugal, sobre a possibilidade de acolher esta iniciativa no Brasil, aceita com entusiasmo a missão de estruturar o Projeto S0S Azulejo – Brasil.
Através do coordenador da instituição, professor Doutor Mário Mendonça de Oliveira, que assume a coordenação geral do projeto, e da doutoranda sob sua orientação, Eliana Ursine da Cunha Mello, responsável pela coordenação executiva, os objetivos do Projeto S0S Azulejo – Brasil estarão voltados à contribuição efetiva nas frentes de combate ao vandalismo, à negligência e à ausência de cuidados de conservação do patrimônio azulejar brasileiro, buscando favorecer iniciativas voltadas para a valorização, preservação e (re) conhecimento sobre este acervo cultural, assumindo os mesmos compromissos de trabalho que orientam as atividades da sua matriz de referência, em Portugal.
Após a iniciativa de criação do Projeto SOS Azulejo – Brasil, firma-se, também, no presente termo, o acordo de parceria colaborativa entre o Laboratório de Conservação, Restauração e Reabilitação, LACORE,da Universidade Federal do Pará…”
Desejamos de todo o coração que os esforços continuados dos ilustres mentores do ‘SOS Azulejo Brasil’ sejam merecidamente bem-sucedidos e que logrem, a médio prazo, conseguir outras parcerias ainda. Por ora, os seus planos de iniciativas e atividades são riquíssimos e extremamente promissores! Estão já a ser divulgados no facebook – https://www.facebook.com/sosazulejobrasil/ e serão também divulgados muito em breve num site próprio, a anunciar!
Felicidades, ‘SOS Azulejo Brasil’!!!