A desvalorização dos azulejos de fachada conhece muitas formas e desvarios, entre os quais dois exemplos em Lisboa que passaremos a citar, que nos foram enviados por F.J. (a quem mais uma vez agradecemos):
1.- Na R. Pascoal de Melo 130-132, na Estefânia, temos uma fachada de azulejo do séc. XIX que foi – e continua -integralmente pintada com tinta branca (conforme se pode visualizar nas fotos que ilustram este alerta), numa lógica decorativa simplista, devastadora e sem qualquer travejamento teórico.
Este imóvel, assim como os 2 imóveis seguintes, também com fachada de azulejo, fazem parte da Carta Municipal do Património no PDM com o número:
44.38 – Conjunto de 3 edifícios de habitação plurifamiliar / Rua Pascoal de Melo, 130-132, 134-136 e 138-138A
A obra, segundo F.J., data de 2007.
2.- Na R. Cidade da Horta 39-41, também na Estefânia, temos um caso de remoção total, pura e simples dos azulejos da fachada, uma amputação drástica, dolorosa, leviana – e sobretudo desnecessária, conforme ilustrado pelas imagens ‘antes’ e ‘depois’ da triste intervenção.
Ambos os casos são verdadeiros “case studies” a merecer reparação que sirva de exemplo para garantir que casos semelhantes não se venham a verificar no futuro.
Os azulejos de Lisboa constituem uma das parcelas mais imediatamente visíveis, identitárias e importantes do património cultural e arquitetónico da capital, e constituem cada vez mais um fator de inesgotável deslumbramento e encantamento para milhares e milhares de turistas que nos visitam. Tudo tem de ser feito para que os portugueses passem a ser pessoas mais bem informadas relativamente a esta matéria e que passem a valorizar – e estimar !!! – o seu património azulejar, em vez de o ‘esconder’ com tinta ou de o remover e desperdiçar!
Nota: A CML tem conhecimento sobre estes casos.